sábado, 21 de agosto de 2010

AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO

A AVALIAÇÃO - UM PROCESSO CONTÍNUO


A avaliação, tal como a vemos, é um valioso instrumento do(a) professor(a) eacompanha todo o processo de ensino/aprendizagem.
Diferentemente da avaliação tradicional, que é realizada geralmente no final do ano letivo, falamos de uma avaliação que se faz presente durante toda a duração do processo educativo.
No início, ela serve para dar aos professores os elementos fundamentais para a realização do seu planejamento. Para isso informa: quem são os alunos, que conhecimentos trazem, quais suas curiosidades frente ao saber, seus desejos etc.
Na EJA, muitas vezes, a avaliação tem seu começo na formação das turmas.
Todos os anos chegam à escola alunos e alunas em diferentes níveis de escolaridade. Nem sempre é fácil definir qual a série ou etapa mais adequada para cada um deles. Tem gente que traz no histórico escolar uma escolaridade que o passar do tempo em grande parte já apagou da memória de quem traz o documento. Muitos são pessimistas, acreditam não saber quase nada, quando isso não corresponde à verdade. Outros não foram à escola, mas tiveram algum parente ou amigo que desempenhou junto a eles, o papel de professor.
E tantas outras situações.
Para resolver essas questões, as escolas buscam diferentes saídas que envolvem algum tipo de avaliação:
. a realização de testes para conhecer o nível de escolaridade;
. entrevistas com os interessados com o objetivo de avaliar os
conhecimentos considerados básicos, como: ler, escrever e contar;
. E outras formas mais... sem contar quando a única possibilidade é
formar uma única classe com todos os candidatos.
TODA ATIVIDADE DE SALA DE AULA
PODE SERVIR DE AVALIAÇÃO

Não importa se o instrumento utilizado é uma prova, uma dissertação, um questionário, um jogo didático ou uma exposição oral.
O que precisa acontecer é o uso dos resultados para pensar sobre a prática: o(a) professor(a) para pensar a sua prática de ensinar e o aluno para pensar a sua prática de aprender.
Entretanto, há atividades que ajudam a avaliar mais adequadamente as práticas dos professores e dos alunos.
Estas atividades se caracterizam por serem:
. atividades que exigem mais o pensar do que memorizar.
Por exemplo: Na compreensão e uso da língua escrita:

A avaliação é uma aliada do(a) professor(a) e dos
alunos quando:

. reconhece e valoriza os progressos do aluno,
. indica os objetivos não alcançados de forma clara,
. sugere formas para conseguir a superação.

A avaliação pouco contribui para o trabalho do(a)
professor(a) e dos alunos quando:

. o aluno acaba sem entender o que errou,
. o aluno não tem oportunidade de resolver suas
dúvidas,
. leva o aluno a se sentir diminuído.
A AVALIAÇÃO - COMO PRIMEIRO PASSO
PARA O PLANEJAMENTO

Compreender a avaliação da forma como estamos fazendo, mostra que ela é o primeiro passo para o planejamento pedagógico.
Esta afirmação representa uma virada muito grande em relação ao papel, que durante muito tempo, a escola deu à avaliação. No nosso ponto de vista, ela deixa de ser um julgamento final do aproveitamento do aluno para, ao
contrário, oferecer dados da realidade para que o planejamento do trabalho pedagógico possa ser feito.
O PLANEJAMENTO DO(A) PROFESSOR(A)

Com registros em cadernos, fichas, ou qualquer outra folha de papel, boa parte dos professores planeja o que pretende desenvolver na sala de aula.
Mesmo assim, há professores que dizem que o planejamento é dispensável.
Muitas delas afirmam que não sentem, como necessário, fazer o planejamento por escrito, uma vez que já tem tudo pronto na cabeça.

Você concorda com esta afirmação? Por quê?
Como você e seus colegas planejam o
trabalho de sala de aula?
COMO PLANEJAR

Para planejar, o(a) professor(a) precisa responder a algumas perguntas:
Para que ensinar? Pergunta que leva aos objetivos;
O que ensinar? Pergunta que faz pensar na seleção dos conteúdos;
Como ensinar? Pergunta que faz escolher quais métodos e técnicas usar.

Na educação de jovens e adultos, os conteúdos devem permitir aos alunos o exercício pleno da cidadania, o saber indispensável às suas ações que vão desde desempenhar uma profissão
até participar de sua comunidade.
Questões fundamentais:

. Quem são seus alunos? Em que trabalham? O que já sabem? O
que esperam aprender?
. Quais são os objetivos da prática educativa que vai ser
desenvolvida?
. Como será feita a avaliação inicial?
. O que vai ser ensinado?
. Qual o tempo que dispomos? Quantas horas de aula os alunos
terão por dia?
. Como distribuir os conteúdos que serão trabalhados?
. Como ensinar os conteúdos previstos? Que métodos e técnicas
poderão ajudar? Que atividades desenvolver com os alunos?
Com quais recursos materiais poderá contar? Como utilizá-los?
. Como esperamos avaliar de forma contínua?

Mais uma vez você deve ter percebido que há um emaranhado
entre planejamento, avaliação e prática pedagógica.
O PLANEJAMENTO DA ESCOLA

O planejamento do(a) professor(a) está dentro de um conjunto maior. É o Planejamento da Escola ou Projeto Político-Pedagógico. É o planejamento geral que envolve o processo de reflexão, de decisões sobre
a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de organização e coordenação da ação dos professores. Ele articula
a atividade escolar e o contexto social da escola. É o planejamento que define os fins do trabalho pedagógico. Seu objetivo principal responde as perguntas
“para quê”, “para quem” e “com o quê” a escola vai funcionar. O plano e o programa têm um grande significado para esse planejamento.
Planejar exige:
. estar aberto para o aluno e sua realidade;
. eleger prioridades;
. ser criativo na preparação da aula;
. ser flexível para modificar o planejamento sempre que necessário.
Para planejar é preciso levar em conta:
. as características e aprendizagens dos alunos;
. os objetivos e o projeto pedagógico da escola;
. o conteúdo da etapa ou nível do curso;
. as condições objetivas de trabalho.
Planejar é estabelecer:
. o que vai ensinar;
. como vai ensinar;
. o que, como e quando vai avaliar.
Para o(a) professor(a) o planejamento é importante para:
. orientá-lo no seu trabalho de ensinar:
. os conteúdos a serem desenvolvidos;
. os recursos didáticos mais adequados;
. os procedimentos que serão usados na avaliação.
Para os alunos o planejamento é importante para:
. orientá-los no seu processo de aprender;
. auxiliá-los a organizar seus esforços para atingir o que se espera deles.
O ideal é que o planejamento não seja realizado pelo(a) professor(a) sozinho(a). Afinal, ele é um processo de interação do(a) professor(a), alunos e todas as demais pessoas envolvidas no projeto escolar.
Na Educação de Jovens e Adultos, é importante levar em conta que os alunos não têm tempo a perder. Esse dado da realidade exige uma seleção muito criteriosa para privilegiar o que de fato é importante aprender.
Quando os professores colocam a serviço dos alunos sua competência e sua disposição para aprender e ensinar juntos, encontram no planejamento um auxiliar para que os alunos consigam aprender e ser mais.
O educador, como quem sabe, precisa reconhecer, primeiro, nos educandos em processo de saber mais, os sujeitos, com ele, deste processo e não pacientes acomodados; segundo, reconhecer que o conhecimento não é um dado aí, algo imobilizado, concluído, terminado, a ser transferido por quem o adquiriu a quem ainda não o possui. (FREIRE,1989).


A eficácia da utilização da tecnologia no processo de aprendizagem depende da sua internalização no fazer docente, pois se relaciona diretamente ao entendimento de que é necessário que o professor seja competente em utilizar o ferramental tecnológico que seja mais adequado aos seus objetivos pedagógicos, uma vez que a tecnologia é um meio para atingi-los e não um fim em si mesma. (LIMA, 2008)

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